Altersexo foi criado, principalmente, para descrever personagens fictícies cujos corpos possuem características que não são comuns em seres humanos, mas também pode ser utilizado por indivíduos reais que possuem uma concepção de corpo ou identidade que se alinha com o conceito de altersexo. Para essas pessoas, seus planos para o corpo ou a noção de seu "verdadeiro" corpo se encaixam em uma identidade que foge das normas estabelecidas de sexo.

Um exemplo clássico disso pode ser encontrado no gênero de ficção científica e fantasia, em personagens alienígenas com anatomias completamente diferentes das humanas, como múltiplos sexos, órgãos sexuais localizados em áreas não usuais ou formas de reprodução que desafiam as convenções humanas. Um exemplo humorístico pode ser visto em Todo Mundo em Pânico 3, com os alienígenas cinzas, que têm práticas sexuais totalmente diferentes, como a utilização dos dedos em vez de órgãos genitais.

O termo altersexo é composto por "alter," que significa "diferente" ou "outra possibilidade," e "sexo," que se refere às características sexuais primárias e secundárias. Ele abrange sexos que não são nem perissexo nem intersexo, sendo particularmente útil para aquelas pessoas que passaram por terapias hormonais ou cirurgias de redesignação sexual, nas quais o termo intersexo não seria adequado.

O termo foi cunhado para os seguintes propósitos:

1. Diferenciação de termos: Para lidar com o uso inadequado de intersexo ao descrever pessoas e personagens que não são realmente intersexo, mas também não são perissexo. Isso inclui corpos que não se conformam aos padrões binários de sexo, mas que não são resultado de variações intersexo. Podem ser decorrentes de transição física, existência de um sexo fictício/impossível, habilidade de mudar de forma para alterar características sexuais, possuir um sexo "alienígena" que não ocorre em humanes mas é comum em outras espécies, ou corporalidades que seriam consideradas intersexo no mundo real, mas que, no universo fictício, não recebem essa designação.
2. Termo não-sexualizado: Para proporcionar um termo que não seja sexualizado ou ofensivo para sexos fictícios ou transicionados, em oposição a termos estigmatizados e sexualizados como "herm" (abreviação de hermafrodita, um termo ofensivo para pessoas com características sexuais intersexo), "cuntboy" (um termo vulgar para pessoas designadas homem ao nascer que adotam uma identidade feminina ou possuem características femininas), "dickgirl" (um termo vulgar para pessoas designadas mulher ao nascer que adotam uma identidade masculina ou possuem características masculinas), e "futa" (abreviação de futanari, um termo japonês relacionado a personagens com características intersexo e geralmente sexualizades), que são populares atualmente e considerados transmisíacos e diadistas.
3. Inclusividade de corporalidades desejadas: Para abarcar pessoas de qualquer corporalidade que desejam ter corpos fora das normas perissexo, sejam corpos possíveis naturalmente para humanes ou não. Estas pessoas podem usar termos como angenital para expressar o desejo de não ter genitália, salmaciana ou bigenital quando desejam ter pênis e vagina, adotar outros termos que reflitam suas vivências, ou simplesmente usar altersexo sem especificações adicionais.

Altersexo não implica nenhuma característica sexual específica, permitindo a privacidade da pessoa altersexo e evitando reduzir indivíduos à sua genitália. Isso também visa reduzir a fetichização de pessoas intersexo e cisdissidentes na arte e na ficção, fornecendo um descritor neutro útil para personagens e indivíduos que são altersexo.

Para esclarecimento, altersexo refere-se a qualquer sexo que não seja perissexo nem uma variação intersexo. Por exemplo, ume personagem com Síndrome de Klinefelter seria intersexo, não altersexo. Indivíduos ou personagens altersexo não são assim devido a qualquer variação intersexo. Aquelus que passaram por terapia hormonal ou procedimentos cirúrgicos que afetam suas características sexuais, bem como aquelus com disforia dessa natureza ou uma identidade interna que se assemelha a isso, também seriam altersexo. Esse termo pode descrever tanto um corpo físico quanto uma identidade sexual interna, ou ambes, e aquelus que não podem fazer cirurgia ou hormônios, mas têm uma ideia interna de seu sexo que não é fisicamente possível, ainda devem ser respeitades como altersexo.

Significado das cores da bandeira altersexo

O termo foi cunhado por farorenightclaw e a bandeira desenhada por pastelmemer. Cada cor da bandeira possui um significado único. O verde menta representa abundância, indicando corpos com abundância de características sexuais e a variedade de possibilidades dos corpos altersexo, sendo associado a identidades como angenital e salmaciano. O azul simboliza fluidez, remetendo a corpos com características sexuais fluidas. O branco representa transcendência, associando-se a corpos sem características sexuais. O roxo, por sua vez, simboliza a natureza alternativa e não tradicional dos corpos altersexo. Por fim, o rosa avermelhado representa características sexuais em si.

Altersexo é um termo importante para descrever identidades sexuais que não se encaixam nos binários tradicionais de perissexo e intersexo, proporcionando uma linguagem inclusiva e não stigmática para personagens fictícies e indivíduos reais que veem seus corpos ou identidades sexuais de maneira única. É um passo significativo na luta contra a fetichização e discriminação de pessoas intersexo, trans etc.

Altersexo é um termo importante para descrever corporalidades (características relacionadas ao dito sexo biológico, como genitália, cromossomos sexuais, características sexuais secundárias, etc.) reais, desejadas ou fictícias que não se encaixam nas categorias tradicionais de perissexo e intersexo.

Criado para ser uma linguagem inclusiva e sem estigmas, altersexo se destina tanto a personagens fictícias quanto a indivíduos reais que se veem em busca de corpos que transcendem as normas tradicionais de sexo e gênero. Ele não visa categorizar ninguém em um único molde, mas oferece um termo neutro, não sexualizado, para descrever uma ampla gama de experiências. Este termo também é um passo significativo para diminuir a fetichização de identidades sexuais complexas e para proporcionar um vocabulário respeitoso e inclusivo a todos que vivem fora das normativas sexuais estabelecidas.