É comum que estranhem ou até reclamem quando utilizo um conjunto de linguagem diferente de a/ela/a somente por eu ser travesti. Essa é uma percepção reducionista, porque não existe uma conexão necessária entre ser travesti com o uso exclusivo desse conjunto, como algo estritamente feminino.

Qualquer linguagem deveria poder ser usada por qualquer pessoa, independentemente de gênero, sem nenhuma consequência negativa.

Questões de gênero devem ser tratadas com interseccionalidade, ao invés de se basearem em expectativas exilinguistas. Além disso, essa questão perpetua estereótipos sobre como as travestis devem estar associadas a elementos de gênero que muitas não reivindicam.

A escolha do conjunto de linguagem pessoal deve ser livre, sem imposições. Por outro lado, é incoerente afirmar que travestis não podem utilizar outros conjuntos de linguagem, uma vez que a nossa reivindicação pelo uso deste conjunto refere-se apenas à identidade, e não à nossa linguagem pessoal! Saiba mais aqui.